Marcia Huçulak falou que falta de vagas é agravada por equipes de saúde doentes.
A secretária de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, disse em uma entrevista à RPC na noite desta terça-feira (16), que a cidade pode sim entrar em lockdown; que a reabertura das academias pode ser revista em razão da enxurrada de casos anunciada; e que se a população não colaborar, o sistema de saúde entrará em colapso.
A entrevista veio cerca de duas horas depois de a prefeitura anunciar 510 novos casos de Covid-19 em Curitiba. Não eram todos de um mesmo dia, porque aparentemente havia exames represados. Mesmo assim, a curva de casos e de mortes continua subindo e, segundo a secretária, a cidade entrou em uma espiral ascendente que deve durar dois meses e meio.
Segundo ela, numa conversa com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, ele previu que Curitiba terá a mesma situação de outras cidades que entraram na mesma espiral: 75 dias de muita pressão sobre o sistema de saúde. Situação que é agravada, segundo a secretária, porque equipes de saúde estão sendo contaminadas, o que diminui o número de leitos disponíveis: sem profissionais, de nada adianta o equipamento.
Embora a prefeitura tenha recuado, deixando shoppings abrirem e aceitando a pressão das academias pela volta ao funcionamento, a secretária continuou insistindo que a iniciativa de ficar em casa precisa ser da população. Segundo ela, se as pessoas não entenderem que é preciso ficar em casa, a situação tende a piorar rapidamente.
Ocupação de leitos
Nesta terça-feira (16), o G1 informou que Curitiba atingiu 85% da ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados aos pacientes com a Covid-19 nesta terça-feira (16), de acordo com a prefeitura.
O número é o maior desde o início da pandemia do novo coronavírus, informou a administração municipal. Na segunda-feira (15), 75% dos leitos estavam ocupados.