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Diaemus yongi, que consome sangue animal, foi catalogado por uma publicação latino-americana.
A presença de uma espécie de morcego, até então inédita no Rio Grande do Sul, foi identificada por técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, em Restinga Seca, na Região Central do estado.
Três animais da espécie Diaemus youngi, de morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue, foram localizados em 2019. A captura foi divulgada nesta sexta-feira (26), pela secretaria estadual. Até então, somente a presença de uma espécie hematófaga era conhecida no RS, a Demodus rotundus.
A descoberta foi publicada no periódico científico “Notas sobre Mamíferos Sudamericanos”, da Sociedade Argentina para o Estudo de Mamíferos (Sarem). Após a publicação do artigo, novos espécimes de Diaemus youngi também foram encontrados na região das Missões.
O Diaemus Youngi se alimenta de sangue de aves silvestres e galinhas criadas soltas. Não transmite raiva, como é o caso da espécie mais comum no estado.
O coordenador do Programa de Controle da Raiva Herbívora da Seapdr, Wilson Hoffmeister, lembra que mesmo assim a presença dos animais deve inspirar cuidados.
“A Diaemus youngi pode transmitir doenças para aves, mas é difícil que consiga contaminar aves comerciais, criadas em galpão, porque esses espaços são telados justamente para evitar isso”, avalia.
“É uma descoberta importante, mas não nos preocupa no combate à raiva. Descobrir essa espécie no Rio Grande do Sul pode, por exemplo, explicar a disseminação de doenças em aves que não tinham explicação lógica até o momento”, afirma.
O analista ambiental da secretaria, André Witt, comenta que, para evitar riscos, produtores de galinhas devem tomar cuidado com suas criações.
Gafanhotos
A Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul é o ponto brasileiro mais próximo da grande nuvem de gafanhotos que está na Argentina. Segundo a atualização mais recente do Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa), os insetos foram vistos a 110 quilômetros de Barra do Quaraí, nas fronteiras com o Uruguai e a Argentina, e a 144 quilômetros de Uruguaiana.
As principais culturas da região são as de arroz e soja, além da produção primária de carne, lã e leite. A agropecuária responde por 40% do produto interno bruto (PIB) gaúcho.
Por isso, o governo do estado também está preocupado, e mobilizou engenheiros agrônomos para monitorar e combater os gafanhotos caso eles cheguem ao estado. “Isso pode acarretar em danos às lavouras de diversas culturas: trigo, aveia, cevada”, afirma o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do RS, Ricardo Felicetti.
No fim da tarde de sexta (26), as autoridades argentinas aplicaram agrotóxicos para controlar o avanço da nuvem. O risco de ela chegar ao Brasil é baixo, por causa das condições do clima. Fatores como temperatura, umidade e corrente de vento podem mudar a trajetória dos insetos.